segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

A TODOS OS AMIGOS QUE HOJE VÃO PARA FESTAS...OIÇAM E VEJAM

2012 FINDA HOJE. O QUE DIZ O RELOGIO DA DIVIDA GLOBAL?



2012 FINDA HOJE. HÁ QUE CONSULTAR O RELÓGIO DA DÍVIDA GLOBAL




Sugestão:
No canto superior direito escolha Portugal e outro País (Germany, por exemplo)

De seguida percorra os anos, de 2001 a 2012, para ver a evolução da divida publica nesses países.

É pena não serem apresentados dados anteriores à nossa adesão ao Euro...

http://www.economist.com/content/global_debt_clock


OS GOSTOS LITERÁRIOS DO PRIMEIRO-MINISTRO




Bem me parecia......

http://www.asbeiras.pt/2012/12/foto-de-passos-coelho-no-diario-as-beiras-gera-debate/

Sugere-se também a leitura de....
http://livraria.altervista.org/minha-luta-mein-kampf-adolf-hitler/


FELIZ ANO NOVO 2013

Como é tradição, quero desejar a todas as pessoas - em particular aos Portelenses e Moscavidenses - um bom final de 2012 e um ano de 2013 cheio de felicidade e saúde.



FAÇAM FAVOR DE SER FELIZES

domingo, 30 de dezembro de 2012

BPN- QUEM NOS ANDOU A ROUBAR

Reportagem SIC

50 ANOS ASTÉRIX...ESPECTACULAR!!!

ENVIADO DO CÉU


ENVIADO DO CÉU


Passei por um período em que achava que toda a gente se aproveitava de mim, e não me sentia nada contente. Parecia que todas as pessoas a quem decidira mostrar amabilidade ultrapassavam os seus limites. Lutava contra a ideia de que estava a praticar o bem só porque Deus dizia que era isso que devíamos fazer, mas, se o meu coração não ficava feliz, estaria realmente a fazer um favor a Deus? Não estaria a minha atitude errada a anular o bem?

Tinha passado muitas horas e gasto muitos dólares com crianças desfavorecidas do nosso bairro, mas, a certa altura, a avó dessas crianças, com quem elas viviam, pareceu querer aproveitar-se de mim. Senti-me irritada com ela e com o facto de os netos não parecerem ser uma prioridade na sua vida. Recebera um telefonema seu, quando o Natal se aproximava, em que me falara de uma menina que ela conhecia e que não ia ter um bom Natal, pedindo-me que lhe comprasse alguma coisa.

Fiquei a matutar naquele pedido. Não suportava o seu atrevimento de me telefonar e pedir que fizesse alguma coisa por alguém que eu nem sequer conhecia. «Eu já não fazia o bastante pelos netos? Teria ainda de me ocupar de outra pessoa?» E nem sequer tinha muito dinheiro.

Uns dias mais tarde, enquanto fazia compras, vi uma caixa com duas bonecas, uma com cabelo escuro e outra com cabelo claro. Pensei na referida menina. Comprei a caixa porque me pareceu muito barata, mas não me senti contente. Atirei-a para o carrinho, resmungando, mal-humorada, levei-a para casa e embrulhei-a. Um pouco antes do Natal, entreguei-a à avó, e nunca mais ouvi nada acerca das bonecas. Tanto quanto sei, a rapariga nunca as recebeu, ou a avó disse-lhe que era uma oferta sua.

Quando eu era pequena, não me deixavam ver a minha avó paterna, que nunca deixava de nos comprar presentes de Natal e de os entregar à minha avó materna. A minha avó materna mudava os nomes das etiquetas, para dizer que eram dela. Quando atingi a idade adulta, descobri que a minha boneca preferida na infância fora oferecida pela minha outra avó. Tinha a certeza de que se tratava de uma situação semelhante. «Bem», pensei, «vamos ver o que acontece.» E assim fiz.

♥♥♥

Cerca de um ano e meio depois deste episódio, passeava com o meu cão quando vi uma menina com uns sete anos a brincar num pátio.

Quando passei por ela, gritou:

— Eu conheço esse cão!

Disse-lhe que vivia ao virar da esquina e que, às vezes, passava por ali com ele. Ocorreu-me que ela talvez conhecesse as crianças do meu bairro. Diziam-me sempre que tinham uma amiga chamada Joan (não é o seu verdadeiro nome), que vivia no nosso quarteirão. Perguntei à menina se o seu nome era Joan.

— Não, esse é o nome da minha avó — respondeu.

Então fez-se-me luz. Perguntei-lhe se conhecia Aaron, Nick e Melanie, e ela respondeu afirmativamente. Fiquei mais curiosa e interroguei-me se não seria a menina desconhecida para a qual comprara as bonecas. Perguntei-lhe em seguida:

— Não no Natal passado, mas no anterior a esse, recebeste duas bonecas?

— Oh, sim, Lucy tem cabelo claro e Debbie tem cabelo escuro. Agora estão a dormir lá dentro — replicou.

— Foi só isso que recebeste nesse ano? — perguntei.

— Creio que recebi outras coisas, mas não me lembro — disse ela.

— Quem te deu as bonecas? — perguntei.

— A avó do Aaron — respondeu.

Ah, ah! Era isso... a avó ia ficar com os louros. Para provar a mim mesma que estava certa, perguntei:

— Ela disse quem é que tas ofereceu?

E então Deus, de um modo misterioso, mostrou-me que aquilo que dou nunca é demais – mesmo se o fizer com um coração amargurado.

Fiquei com um nó na garganta quando a menina me respondeu:

— Ela disse que tinha sido um anjo.

Mickey Bambrick

Jack Canfield, Mark Victor Hansen

Canja de galinha para a alma – O tesouro do Natal

Mem Martins, Lyon Edições, 2002

(Adaptação)

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Se desejar ler histórias sobre o Natal pode visitar o seguinte blogue:

http://preparandonatal.wordpress.com/

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Caros leitores,

O Projecto intitulado Clube de Contadores de Histórias, nascido em 2006 na Escola Secundária Daniel Faria – Baltar, tem vindo, ao longo dos anos, a difundir-se de uma forma significativa, não só em Portugal, mas também no Brasil e nos países africanos de língua portuguesa. No sentido de assegurar a continuidade de referido clube, foi constituída uma equipa pedagógica, formada por professores de vários grupos disciplinares e provenientes de diversos estabelecimentos de ensino, que tomarão a seu cargo a selecção, preparação e envio de uma história semanal por correio electrónico, tal como habitualmente tem vindo a ser feito.

Esperando que o projecto continue a merecer a melhor atenção por parte do público leitor, despede-se com os melhores cumprimentos,

A Equipa Coordenadora do Clube das Histórias

ac@contadoresdehistorias.com


sábado, 29 de dezembro de 2012

O PARAÍSO DOS POLÍTICOS DEVIA SER ESTE.



O Primeiro Ministro, Passos Coelho, está a andar tranquilamente quando é atropelado por um condutor das corridas da Ponte Vasco da Gama e morre ali na hora. A alma dele chega ao Paraíso e dá de caras com São Pedro na entrada.


- Bem-vindo ao Paraíso!; diz São Pedro

- Antes que você entre, há um problemazito... Raramente vemos Políticos por aqui, sabe... então não sabemos bem o que fazer com você.

- Não vejo problema nenhum, basta deixar-me entrar, diz o  Primeiro Ministro Passos Coelho.

- Eu bem que gostaria de o deixar entrar , mas tenho ordens superiores... Sabe como é... Vamos fazer o seguinte: O Senhor passa um dia no Inferno e um dia no Paraíso. Depois pode escolher onde quer passar a eternidade.

- Não é necessário, já resolvi. Quero ficar no Paraíso, diz o Primeiro Ministro.

- Desculpe, mas temos as nossas regras.

Assim, São Pedro acompanha-o até o elevador e ele desce, desce, desce até o Inferno. A porta abre-se e ele vê-se no meio de um lindo campo de golfe. Ao fundo o clube onde estão todos os seus amigos e outros políticos com os quais havia trabalhado. Todos muito felizes e elegantes. Ele é cumprimentado, abraçado e eles começam a falar sobre os bons tempos em que ficaram ricos às custas do povo. Jogam uma partida descontraída e depois comem lagosta e caviar. Quem também está presente é o diabo, um tipo muito simpático que passa o tempo todo dançando e contando piadas. Eles divertem-se tanto que, antes que ele perceba, já é hora de ir embora.

Todos se despedem dele com abraços e acenam enquanto o elevador sobe. Ele sobe, sobe, sobe e a porta abre-se outra vez. São Pedro está a espera dele. Agora é a vez de visitar o Paraíso. Ele passa 24 horas no paraíso, junto a um grupo de almas contentes que andam de nuvem em nuvem, tocando harpas e cantando. Tudo vai muito bem e, antes que ele perceba, o dia chega ao fim e São Pedro retorna.

- E então??? Você passou um dia no Inferno e um dia no Paraíso. Agora escolha a sua casa eterna.

Ele pensa um minuto e responde:

- Olha, eu nunca pensei ... vir a tomar esta decisão... O Paraíso é muito bom, mas eu acho que vou ficar muito melhor no Inferno.

Então São Pedro abanando com a cabeça, leva-o de volta ao elevador e ele desce, desce, desce até o Inferno. A porta abre-se e ele vê-se no meio de um enorme terreno baldio cheio de lixo e com um cheiro horrível. Ele vê todos os seus amigos com as roupas rasgadas e sujas catando o entulho e colocando-o em sacos pretos, repara que por vezes os amigos se pegam à porrada a disputar pedaços de comida podre. O diabo vai ao seu encontro e passa o braço pelo ombro do Primeiro Ministro.

- Não estou a entender?!, - gagueja Passos Coelho. Ontem quando estive aqui e havia um lindo campo de golfe, um clube, lagosta, caviar, e nós dançamos e divertimo-nos o tempo todo. Agora só vejo esse fim de mundo cheio de lixo mal cheiroso e os meus amigos totalmente arrasados!!!

O diabo olha-o, sorri ironicamente e diz:

- Ontem estávamos em campanha. Agora, que conseguimos o seu voto... eis a realidade.

OS MOMENTOS MAIS CÓMICOS DE FUTEBOL EM 2012

ATENÇÃO: A primeira cena é dedicada aos avançados do meu Sporting.

DESVALIDOS . A RÃ REBENTOU.


DESVALIDOS
(crónica de Armando Fernandes no jornal O Ribatejo, 20 Dezembro 2012)


"Os desvalidos, no seu desfavorecimento, procuram perceber a causa de uns tantos serem validos apesar de não serem válidos."

"Com a crise acelerada, os debates acerca do entendimento do que é a caridade e a solidariedade invadiram os púlpitos televisivos. transformando Isabel Jonet em isco de conversa propícia de confissões de práticas caritativas, frequência da catequese, prófugos do batismo, mais os compungidos quando dão esmola. A determinada altura num desses encontros do diz tu, direi eu, falou-se nos Asilos da infância desvalida, instrumento assistencial que após a instauração da democracia perdeu a designação de asilo. As crianças passaram a merecer (e merecem) cuidados precisos, tudo levava crer estarem enterrados os fundamentos da negregada designação de desvalida.

De um momento para o outro, não assim tão momentâneo, o nosso remediado viver desabou, passando a maior parte da população portuguesa à condição de desvalida. Logo sem validade. Findou o prazo para ser interessante, feliz, claro, válida. Os sem valimento coçam a cabeça à procura da causa do desfavorecimento, porque lhes sobra tempo nada lhes escapa, tomados de um turvo furor procuram perceber a causa de uns tantos serem validos apesar de não serem válidos, logo incompetentes para o desempenho de funções da maior importância.

Os validos existiram sempre, ter uma boa proteção é meio caminho andado na direção do êxito em toda a espécie de negócios, por essa razão se dizia: quem não tem padrinhos morre mouro. Acrescento: desvalido.

Inúmeros validos vivem em constante conflito com a proficiência, no entanto, o facto de terem sido bem batizados outorga-lhes meios e instrumentos de mão beijada, neste pormenor eles beijam mãos, faces, tudo quanto os favoreça, levando-os a terem entrada nos gabinetes da opacidade negocial, da decisão a seu favor. E assim tem sido, a recordar outros tempos, apenas mudaram diversos apelidos, os instrumentos delicadissimos de controlo, agitação, propaganda e enlameamento dos inimigos.

A fúria dos desvalidos vai aumentando ao modo da rã candidata a ser boi, os validos considerando-se monumento nacional exaltam a lengalenga dos brandos costumes, desprovidos de conhecimentos sobre a nossa História encolhem os ombros desvalorizando os sinais de fogo (título de um romance de Jorge de Sena). Nunca leram, nem vão ler. Os desvalidos vivem dotados da mesma alegria que os expostos tinham quando gastavam os dias nos asilos sem fundos, dependentes da caridade, longe da solidariedade social.

Vale a pena pensarmos nesta terrível evidencia.

A rã rebentou!"

Nota: a "rã candidata a ser boi" de que o autor fala inspira-se, certamente, na fábula do mesmo título que aqui se reproduz: http://sitededicas.ne10.uol.com.br/fabula21a.htm


PROVE ESTA CERVEJA E ... ESQUEÇA A CRISE!

COMO O MILIONÁRIO ESTACIONA O CARRO EM SINGAPURA

A VERDADE;FINALMENTE,VEM AO DE CIMA PELA VOZ DE ANTÓNIO COSTA

A verdade, finalmente, vem ao de cima pela voz de António Costa



A Quadratura do Circulo, os seus participantes, em particular António Costa, trouxeram para o debate político a verdadeira raíz do problema português. Levou tempo, demasiado tempo, a que políticos que ainda gozam de prestígio público se tenham disposto a debater públicamente o problema. Antes tarde .....

"Tenho uma triste notícia para dar aos comentadores e analistas políticos. Podem todos passar a dedicar-se à agricultura porque António Costa, em menos de 3 minutos, disse tudo, TUDO! Há instantes na "quadratura do círculo 29-11-2012". E aqui está textualmente o que ele disse (transcrevi manualmente):

?A situação a que chegámos não foi uma situação do acaso. A União Europeia financiou durante muitos anos Portugal para Portugal deixar de produzir; não foi só nas pescas, não foi só na agricultura, foi também na indústria, por ex. no textil. Nós fomos financiados para desmantelar o têxtil porque a Alemanha queria (a Alemanha e os outros países como a Alemanha) queriam que abríssemos os nossos mercados ao têxtil chinês basicamente porque ao abrir os mercados ao têxtil chinês eles exportavam os teares que produziam, para os chineses produzirem o têxtil que nós deixávamos de produzir. E portanto, esta ideia de que em Portugal houve aqui um conjunto de pessoas que resolveram viver dos subsídios e de não trabalhar e que viveram acima das suas possibilidades é uma mentira inaceitável. Nós orientámos os nossos investimentos públicos e privados em função das opções da União Europeia: em função dos fundos comunitários, em função dos subsídios que foram dados e em função do crédito que foi proporcionado. E portanto, houve um comportamento racional dos agentes económicos em função de uma política induzida pela União Europeia. Portanto não é aceitável agora dizer? podemos todos concluir e acho que devemos concluir que errámos, agora eu não aceito que esse erro seja um erro unilateral dos portugueses. Não, esse foi um erro do conjunto da União Europeia e a União Europeia fez essa opção porque a União Europeia entendeu que era altura de acabar com a sua própria indústria e ser simplesmente uma praça financeira. E é isso que estamos a pagar!?
aqui a partir do minuto 49 ----------> http://www.youtube.com/watch?v=FkWWmGFHriE

E, dia 27-12-2012, no mesmo programa, principalmente entre os minutos 19 e 29 :
http://www.dailymotion.com/video/xw95yj_quadratura-do-circulo-sic-noticias-27-12-2012_shortfilms


sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

MENSAGEM DE RETRIBUIÇÃO AO PEDRO E À LAURA

MENSAGEM DE RETRIBUIÇÃO AO PEDRO E À LAURA
.por Nuno Barradas , Quinta-feira, 27 de Dezembro de 2012



Caro Pedro,
Antes de mais os meus sinceros agradecimentos pela amabilidade que tiveste em prescindir dos poucos momentos em que não tens que carregar o país às costas, para pensar um pouco em nós e nos nossos natais.

Retrataste com a clarividência de poucos a forma penosa como atravessamos esta quadra que deveria ser de alegria, amor e união. És de facto um ser iluminado e somos sem dúvida privilegiados em ter ao leme da nossa nau um ser humano de tão refinada cepa.

Gostava também de ser interlocutor de alguém que queria aproveitar o espírito de boa vontade que a quadra proporciona para te pedir sinceras desculpas…a minha mãe.

A minha mãe é uma senhora de 70 anos, que usufruindo de uma escandalosa pensão de mil e poucos euros, se sente responsável pelo miserável natal de todos os seus concidadãos. Ela não consegue compreender onde falhou, mas está convicta de que o fez…doutra forma não terias afirmado o que afirmaste. Tentarei resumir o seu percurso de vida para que nos ajudes a identificar a mácula.

A minha mãe nasceu em Alcácer do Sal começou a trabalhar com 12 ou 13 anos…já não se recorda muito bem. Apanhava ganchos de cabelo num salão de cabeleireiro, e simultaneamente aprendia umas coisas deste ofício. Casou jovem e mudou-se para a cidade em busca de melhor vida. Sem opções de emprego a minha mãe nunca se acomodou e fazia alguns trabalhos de cabeleireira ao domicilio…nunca se queixou…foi mãe jovem e sempre achou que por esse facto era a mulher mais afortunada do mundo. Arranjou depois emprego num refeitório de uma grande fábrica. Nunca teve qualquer tipo de formação mas a cozinha era a sua grande paixão.

Depois de alguns anos no refeitório aventurou-se no seu grande sonho…ter um negócio próprio de restauração. Quis o destino que o sonho se concretizasse no ano de 1974…lembras-te 1974? O ano em que te tornaste livre? Tinhas o quê? 10 anos?

Pois é…o sonho da minha mãe tem a idade da democracia.

O sonho nasceu pequeno, com pouco mais de 3 ou 4 colaboradoras. Com muita dificuldade, muito trabalho e muitas noites sem dormir foi crescendo e chegou a dar trabalho a mais de 20 pessoas. A minha mãe tem a 4ª classe.

Tu já criaste empregos Pedro? Quer dizer…criar mesmo…investir e arriscar o que é teu…telefonemas para o Relvas a pedir qualquer coisa para uma amiga da Laura não conta como criar emprego. A minha mãe criou…por isso ela não compreende muito bem onde errou. Tudo junto tem mais de 40 anos de descontos para a segurança social. Sempre descontou aquilo que a lei lhe exigia. A lei que tu e outros como tu…gente de tão abnegada dedicação, se entretém a escrever, reescrever, anular, modificar…enfim…trabalhos de outra grandeza que ela não compreende mas valoriza.

Pois como te digo, a minha mãe viu passar o verão quente, os tempos do desenvolvimento sem paralelo, o fechar de todas as fábricas da região, os tempos do oásis, as várias intervenções do FMI, as Expos, os Euros, do futebol e da finança…e passou por isto tudo sempre a trabalhar como se não houvesse amanhã. A pagar impostos todos os meses e todos os anos. IVA, IRC, IRS, IMI, pagamentos por conta, pagamentos especiais por conta, por ter um toldo, por ter a viatura decorada, por ter cão, de selo, de circulação, de radiodifusão…não falhando um único desconto para a sua reforma, não falhando um único imposto. E viu chegar as condicionantes da idade avançada sem lançar um queixume. E foi resolvendo todos os seus problemas de saúde que inexoravelmente foram surgindo, recorrendo a um seguro privado, tentando deixar para aqueles que realmente necessitam, o apoio da segurança social. Em mais de 40 anos de contribuição não teve um dia de baixa, não usufruiu de um cêntimo em subsídios de desemprego. E ela dá voltas e voltas à cabeça e não há forma de se recordar onde possa ter falhado. Mas certamente falhou…

Por isso Pedro, quando eu lhe li a tua carinhosa mensagem, que certamente escreveste na companhia da Laura e com um cobertor a cobrir as vossas pernas para poupar no aquecimento, ela comoveu-se, e cheia de remorsos pediu-me que por esta via te endereçasse um sentido pedido de desculpas.

Pediu também para te dizer que se sente muito orgulhosa de com a redução da sua pensão poder contribuir para que a tua missão na terra seja coroada de sucesso.

És de facto único Pedro. A forma carinhosa como te referes aos sacrifícios que os outros estão fazer, faz-me acreditar que quase os sentes como teus. Sei que sofres por nós Pedro. Sei que cada emprego que se perde é uma chaga que se abre no teu corpo…é um sofrimento atroz que te é imposto…e tudo por culpa de quem? De gente como a minha pobre mãe que mesmo sem querer tem levado toda uma vida a delapidar o património que é de todos. Por isso se a conseguires ajudar a perceber onde errou ficar-te-ei eternamente agradecido. A minha mãe ainda é daquele tipo de pessoas que não suporta a ideia de estar a dever algo a alguém...ajuda-nos pois Pedro.

Aceita por favor, mais uma vez, em nome da minha mãe, sentidas desculpas. Ela diz que apesar de reformada e com menos saúde vai continuar a trabalhar para poder expiar o tanto mal que causou.

Continua Pedro..estás certamente no bom caminho, embora alguns milhões de ingratos não o consigam perceber.

Não te detenhas…os génios raramente são reconhecidos em vida.

Um grande abraço para ti.
Um grande beijo para a Laura